A luta económica que, após a guerra de 1914/18, veio desafiando vitoriosamente toda a ciência dos economistas criou aos povos dificuldades que urgia remover.
No desenvolvimento das suas riquezas naturais, viram os governantes de todos os paises a solução do problema.
E, assim, as belezas da paisagem, os monumentos e as obras de arte, de improdutivas que eram, transformaram-se em excelentes fontes de receita atinentes a amenizar os “déficits” orçamentais.
Esta industrialização das belezas naturais, dum pais ou duma região, tomou o nome de turismo, e é, hoje, um valor apreciável peso na balança económica do Estado.
Todos as países têm procurado activamente atrair sobre si as visitas dos estrangeiros. Está na receita assim angariada uma larga contribuição para o sou equilibrio financeiro. Há nações privilegiadas que conseguem, pela excelência do seu clima, obter assim uma larga soma de rendimentos que lhes permitem um notável desafogo que sem essa receita não lograriam obter.
O nosso país, cujas condições naturais são magnificas. tem procurado, de há longos anos a esta parte, chamar a atenção dos estrangeiros. De entre estes, destacam-se as magnificas praias que abundam no nosso extenso litoral, no qual Peniche ocupa lugar de especial relevo, com a preciosidade que é a ilha da Berlenga.
Para acompanhar e incrementar o desenvolvimento turístico do nossa zona foi oficialmente criada uma comissão que actuou alguns anos, denominada Comissão de Iniciativa de Turismo” ou Comissão de Iniciativa de Peniche”, dissolvida polo Decreto n° 27.424. de 31/12/1936 - art° 6°. Foi esta Comissão considerada extinta por acta de encerramento datada de 10/1/1937.
Durante o exercício da sua actividade procurou esta Comissão oferecer às praias da região maior dignidade, dotando-as com um minimo de condições, construir acessos aos pesqueiros. etc. De salientar a construção de um miradouro e bancos em cimento armado por cima dumas rochas existentes na antiga praia de banhos (edificação conhecido por EDEN”). Era este recinto arrendado pela Comissão , de 15 de Julho a 15 de Outubro, para exploração de um “bufete”, para apoio dos banhistas.
Muito preocupava a Comissão o desenvolvimento turístico na ilha da Berlenga. Começou por pedir ao Ministério da Guerra, a título de arrendamento, a Fortaleza da ilha, afim de ali poderem, nos meses do verão, proporcionar uma recepção condigna às excursões que ali se dirigiam. em grande parte organizadas pela referida Entidade.
Foi aceite a proposta de José Acùrcio Nunes Rego de Carvalho, feita em 4/7/1932, para aluguer de uma traineira por 300$00 mensais, para excursões a funcionar aos Domingos e Segundas-Feiras. Foi, por unanimidade, estipulado o preço por pessoa, de ida e volta, de 15$00.
Em 1937, sem alterações de tarifas, e cargo de Quintino Ferreira de Castro, em colaboração com a Comissão de Iniciativa, estava disponível para excursões um barco próprio a gasolina, todos os Domingos e dias úteis (sempre que o mar o permitia),
Por deliberação camarária, de 18/5/1939, foi autorizado o Presidente Câmara, Sr, Luís Pedroso de Silva Campos a assinar e escritura de compra que a Autarquia fez de uma traineira com motor a Rita da Conceição Madeira João Calongo e Arnaldo Calongo, pela quantia de 3000$00 (ordem de pago. n°1650/38.
Designada par ‘Boa Esperança (vulgarmente conhecida por Regalista”). esta embarcação sofreu diversas modificações de adaptação para o fim em vista, e cargo de Manuel António Malheiros, pela importância de 1.500$00. Para desempenhar as funções de mestre da embarcação foi designado João Ribeiro (João da Tropa). antigo mestre de pesca, que exercia as funções de encarregado do amanhadouro de peixe.
Para motorista foi recrutado Francisco da Silveira Pires, recebendo por cada dia de viagem 25$00, bem como para moço” José Cirilo, com a remuneração mensal de 150$00. Pouco tempo depois este último foi dispensado, entrando para o mesmo lugar Silvano (ou Silvino) Marques com igual remuneração.
Em 1940 o turismo para a ilha estava já com grande desenvolvimento. Realizavam-se excursões todos os Domingos e Quintas-feiras. na época balnear, a partir de Lisboa, com prévia marcação de lugares na Rua Martim Moniz. em serviço combinado com a firma Capristano & Ferreira. Ltd, com o preço de ida e volta, 45$00.
Também a Comissão Municipal de Turismo tinha à disposição no Forte de São João Baptista 8 quartos, com camas-divans, ao preço de 5$00 por pessoa. Bem como pessoal para confecção da comida, a cargo da cozinheira Beatriz Lopes Leal, (conhecida por tia Beatriz”).
No plano anual da actividade turistica para o ano de 1944, a Câmara Municipal expôs ao Ministro que superintendia no Turismo a degradação em que se encontrava o barco de passageiros. sendo péssimas as condições de conservação e comodidades. No mesmo documento chamava-se a atenção para os factos de não poder transportar mais de 15 pessoas e de o percurso das 9 milhas demorar mais de 1 hora e um quarto.
Pensou-se então na construção de um barco capaz para transportar 100 passageiros, tomando em consideração que a mão de obra poderia ser paga pelo Fundo de Desemprego, bem como todo o madeiramento necessário para a construção.
Correspondendo a todas estas boas ideias os responsáveis do Terreiro do Paço não foram além das boas vontades e nada se concretizou.
A traineira, adaptada a transporte de passageiros. teve o fim da sua actividade nos finais do Verão de 1945, por incapacidade.
Voltou-se à anterior modalidade de alugar traineiras particulares, sendo que a familia Franquinho” teve aqui um papel importante com e cedência do sou barco de pesca ‘Maria de Ascensão ”. Num ou outro caso as viagens eram asseguradas pela barco que efectuava os transportes para os faróis.
Em 1949 um grupo de amigos decidiu constituir uma comissão particular para a concretização de ideias visando o desenvolvimento turistico de Peniche e seu Concelho. Em reunião efectuada no Clube Recreativo Penichense, constituída por Luís Correia Peixoto. Acácio de Sousa Lacerda, Francisco de Jesus Salvador, João Maria Viçoso Freire e António Pereira Coutinho, assistindo como Presidente da Comissão Municipal de Turismo e Vereador do Pelouro do Turismo João Maria da Conceição , foi lançada a ideia da construção de um novo barco de transportes para a ilha.
Para a concretização daquela obra havia que pedir autorização ao Ministério da Marinha. Por intermédio de um movimento desenvolvido a partir de 23/4/1949 - Pro-turismo de Peniche” os habitantes desta Cidade foram convidados a inscreverem-se como sócios da empresa em organização. Caso aderissem, entravam na sociedade com qualquer valor de 1.000$00 para cima, a afim de ser mandado construir um barco de passageiros com todas as condições de segurança. Talvez por falta de esclarecimento ou motivação. não se obteve o capital necessário.
Por falta de verba, a Comissão Municipal de Turismo não tinha possibilidades de empreender a desejada construção, conforme é referido em sua reunião de 7/5/1950.
Foi procurada uma nova solução, formando-se um pequeno grupo constituído par alguns membros da Câmara , tais coma António da Conceição Bento, Ricardo Costa, Anibal dos Santos e João Maria da Conceição, e pelos particulares José de Conceição Fernandes Bento. Mário Miguel de Sousa, Manuel António Malheiros e Francisco Fernandes Malheiros.
Começaram por comprar uma traineira à empresa “ Algarve Exportador”, registada na Capitania do Porto de Peniche com o nome de “Flora”, à qual, depois de ter sofrido diversas alterações para a sua adaptação, foi dado o nome de “NOVO RUMO”. A empresa constituída para o efeito foi registada com o nome de Transportes Berlenga”.
A Comissão Municipal de Turismo assegurava os alojamentos e alimentação no Forte com a diária de 55$00 (pequeno almoço, almoço e jantar), custando o mesmo serviço sem quarto 40$00.
Começou a funcionar aquela sociedade em Julho de 1950, com carreiras às Terças-tairas, Quintas, Sábados e Domingos, com partida de Peniche às 10 horas e regresso às 18. O novo barco, de linhas bem lançadas e elegantes. com motor de 150 cavalos, toi considerado na época um sucesso, batendo um record” ao galgar galhardamente as nove milhas que separam Peniche da ilha da Berlenga em apenas em 45 minutos. O preço de viagem de ida e volta era de 10$00.
Após a inauguração da Pousada Turistica instalada no Forte de São João Baptista, realizada a 29 de Maio de 1954, depois de obras de recuperação e adaptação levadas a efeito pela Ministério das Obras Públicas , Secretariado Nacional da Informação e Monumentos Nacionais, houve necessidade de instalar ali um posto rádio-telefonico com antena com a potência de 10 Watts. Aproveitou a empresa para instalar naquela. embarcação um aparelho comunicador/receptor, para estar no percurso em contacto com aquele estabelecimento hoteleiro, em colaboração com os meios terrestres que oferecia o posto rádio-telefonico permanente “Peniche Pesca”.
No desenvolvimento das suas riquezas naturais, viram os governantes de todos os paises a solução do problema.
E, assim, as belezas da paisagem, os monumentos e as obras de arte, de improdutivas que eram, transformaram-se em excelentes fontes de receita atinentes a amenizar os “déficits” orçamentais.
Esta industrialização das belezas naturais, dum pais ou duma região, tomou o nome de turismo, e é, hoje, um valor apreciável peso na balança económica do Estado.
Todos as países têm procurado activamente atrair sobre si as visitas dos estrangeiros. Está na receita assim angariada uma larga contribuição para o sou equilibrio financeiro. Há nações privilegiadas que conseguem, pela excelência do seu clima, obter assim uma larga soma de rendimentos que lhes permitem um notável desafogo que sem essa receita não lograriam obter.
O nosso país, cujas condições naturais são magnificas. tem procurado, de há longos anos a esta parte, chamar a atenção dos estrangeiros. De entre estes, destacam-se as magnificas praias que abundam no nosso extenso litoral, no qual Peniche ocupa lugar de especial relevo, com a preciosidade que é a ilha da Berlenga.
Para acompanhar e incrementar o desenvolvimento turístico do nossa zona foi oficialmente criada uma comissão que actuou alguns anos, denominada Comissão de Iniciativa de Turismo” ou Comissão de Iniciativa de Peniche”, dissolvida polo Decreto n° 27.424. de 31/12/1936 - art° 6°. Foi esta Comissão considerada extinta por acta de encerramento datada de 10/1/1937.
Durante o exercício da sua actividade procurou esta Comissão oferecer às praias da região maior dignidade, dotando-as com um minimo de condições, construir acessos aos pesqueiros. etc. De salientar a construção de um miradouro e bancos em cimento armado por cima dumas rochas existentes na antiga praia de banhos (edificação conhecido por EDEN”). Era este recinto arrendado pela Comissão , de 15 de Julho a 15 de Outubro, para exploração de um “bufete”, para apoio dos banhistas.
Muito preocupava a Comissão o desenvolvimento turístico na ilha da Berlenga. Começou por pedir ao Ministério da Guerra, a título de arrendamento, a Fortaleza da ilha, afim de ali poderem, nos meses do verão, proporcionar uma recepção condigna às excursões que ali se dirigiam. em grande parte organizadas pela referida Entidade.
Foi aceite a proposta de José Acùrcio Nunes Rego de Carvalho, feita em 4/7/1932, para aluguer de uma traineira por 300$00 mensais, para excursões a funcionar aos Domingos e Segundas-Feiras. Foi, por unanimidade, estipulado o preço por pessoa, de ida e volta, de 15$00.
Em 1937, sem alterações de tarifas, e cargo de Quintino Ferreira de Castro, em colaboração com a Comissão de Iniciativa, estava disponível para excursões um barco próprio a gasolina, todos os Domingos e dias úteis (sempre que o mar o permitia),
Por deliberação camarária, de 18/5/1939, foi autorizado o Presidente Câmara, Sr, Luís Pedroso de Silva Campos a assinar e escritura de compra que a Autarquia fez de uma traineira com motor a Rita da Conceição Madeira João Calongo e Arnaldo Calongo, pela quantia de 3000$00 (ordem de pago. n°1650/38.
Designada par ‘Boa Esperança (vulgarmente conhecida por Regalista”). esta embarcação sofreu diversas modificações de adaptação para o fim em vista, e cargo de Manuel António Malheiros, pela importância de 1.500$00. Para desempenhar as funções de mestre da embarcação foi designado João Ribeiro (João da Tropa). antigo mestre de pesca, que exercia as funções de encarregado do amanhadouro de peixe.
Para motorista foi recrutado Francisco da Silveira Pires, recebendo por cada dia de viagem 25$00, bem como para moço” José Cirilo, com a remuneração mensal de 150$00. Pouco tempo depois este último foi dispensado, entrando para o mesmo lugar Silvano (ou Silvino) Marques com igual remuneração.
Em 1940 o turismo para a ilha estava já com grande desenvolvimento. Realizavam-se excursões todos os Domingos e Quintas-feiras. na época balnear, a partir de Lisboa, com prévia marcação de lugares na Rua Martim Moniz. em serviço combinado com a firma Capristano & Ferreira. Ltd, com o preço de ida e volta, 45$00.
Também a Comissão Municipal de Turismo tinha à disposição no Forte de São João Baptista 8 quartos, com camas-divans, ao preço de 5$00 por pessoa. Bem como pessoal para confecção da comida, a cargo da cozinheira Beatriz Lopes Leal, (conhecida por tia Beatriz”).
No plano anual da actividade turistica para o ano de 1944, a Câmara Municipal expôs ao Ministro que superintendia no Turismo a degradação em que se encontrava o barco de passageiros. sendo péssimas as condições de conservação e comodidades. No mesmo documento chamava-se a atenção para os factos de não poder transportar mais de 15 pessoas e de o percurso das 9 milhas demorar mais de 1 hora e um quarto.
Pensou-se então na construção de um barco capaz para transportar 100 passageiros, tomando em consideração que a mão de obra poderia ser paga pelo Fundo de Desemprego, bem como todo o madeiramento necessário para a construção.
Correspondendo a todas estas boas ideias os responsáveis do Terreiro do Paço não foram além das boas vontades e nada se concretizou.
A traineira, adaptada a transporte de passageiros. teve o fim da sua actividade nos finais do Verão de 1945, por incapacidade.
Voltou-se à anterior modalidade de alugar traineiras particulares, sendo que a familia Franquinho” teve aqui um papel importante com e cedência do sou barco de pesca ‘Maria de Ascensão ”. Num ou outro caso as viagens eram asseguradas pela barco que efectuava os transportes para os faróis.
Em 1949 um grupo de amigos decidiu constituir uma comissão particular para a concretização de ideias visando o desenvolvimento turistico de Peniche e seu Concelho. Em reunião efectuada no Clube Recreativo Penichense, constituída por Luís Correia Peixoto. Acácio de Sousa Lacerda, Francisco de Jesus Salvador, João Maria Viçoso Freire e António Pereira Coutinho, assistindo como Presidente da Comissão Municipal de Turismo e Vereador do Pelouro do Turismo João Maria da Conceição , foi lançada a ideia da construção de um novo barco de transportes para a ilha.
Para a concretização daquela obra havia que pedir autorização ao Ministério da Marinha. Por intermédio de um movimento desenvolvido a partir de 23/4/1949 - Pro-turismo de Peniche” os habitantes desta Cidade foram convidados a inscreverem-se como sócios da empresa em organização. Caso aderissem, entravam na sociedade com qualquer valor de 1.000$00 para cima, a afim de ser mandado construir um barco de passageiros com todas as condições de segurança. Talvez por falta de esclarecimento ou motivação. não se obteve o capital necessário.
Por falta de verba, a Comissão Municipal de Turismo não tinha possibilidades de empreender a desejada construção, conforme é referido em sua reunião de 7/5/1950.
Foi procurada uma nova solução, formando-se um pequeno grupo constituído par alguns membros da Câmara , tais coma António da Conceição Bento, Ricardo Costa, Anibal dos Santos e João Maria da Conceição, e pelos particulares José de Conceição Fernandes Bento. Mário Miguel de Sousa, Manuel António Malheiros e Francisco Fernandes Malheiros.
Começaram por comprar uma traineira à empresa “ Algarve Exportador”, registada na Capitania do Porto de Peniche com o nome de “Flora”, à qual, depois de ter sofrido diversas alterações para a sua adaptação, foi dado o nome de “NOVO RUMO”. A empresa constituída para o efeito foi registada com o nome de Transportes Berlenga”.
A Comissão Municipal de Turismo assegurava os alojamentos e alimentação no Forte com a diária de 55$00 (pequeno almoço, almoço e jantar), custando o mesmo serviço sem quarto 40$00.
Começou a funcionar aquela sociedade em Julho de 1950, com carreiras às Terças-tairas, Quintas, Sábados e Domingos, com partida de Peniche às 10 horas e regresso às 18. O novo barco, de linhas bem lançadas e elegantes. com motor de 150 cavalos, toi considerado na época um sucesso, batendo um record” ao galgar galhardamente as nove milhas que separam Peniche da ilha da Berlenga em apenas em 45 minutos. O preço de viagem de ida e volta era de 10$00.
Após a inauguração da Pousada Turistica instalada no Forte de São João Baptista, realizada a 29 de Maio de 1954, depois de obras de recuperação e adaptação levadas a efeito pela Ministério das Obras Públicas , Secretariado Nacional da Informação e Monumentos Nacionais, houve necessidade de instalar ali um posto rádio-telefonico com antena com a potência de 10 Watts. Aproveitou a empresa para instalar naquela. embarcação um aparelho comunicador/receptor, para estar no percurso em contacto com aquele estabelecimento hoteleiro, em colaboração com os meios terrestres que oferecia o posto rádio-telefonico permanente “Peniche Pesca”.
1 comentário:
Possuo um excente desenho - inédito - com a figura de José Acúrsio Nunes Rego de Carvalho.
Cumprimentos
Penteado Neiva
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