Por: Fernando Engenheiro
Foi seu nome José da Motta Coutinho Garrido, filho legitimo de Joaquim de Mello Coutinho Garrido, distinto Oficial da Marinha e de D. Lucinda de Jesus Motta Garrido, natural da Paroquial dos Anjos em Lisboa, onde nasceu, na Travessa da Nazaré, n.° 19-Andar, a 22/1/1899.
Era descendente, pela linha paterna de famílias oriundas de Valença do Minho, onde seu pai foi baptizado na freguesia de Santa Maria dos Anjos, daquele concelho. Sua mãe era natural de Lisboa, onde recebeu a mesma benção na Igreja de S. Vicente de Fora.
Estudou na capital, onde vivia com seus familiares, desde as primeiras letras até ao curso liceal e escola militar.
Sem se oferecer como voluntário, não se antecipou, por isso, ao cumprimento dos deveres militares. Com 21 anos de idade, a 27 de Fevereiro de 1920, assentou praça como Aspirante.
Já depois de 30/1/1923 é promovido a Guarda da Marinha.
Embarca pela primeira vez no cruzador Carvalho Araújo como 2.° Tenente, no espaço compreendido entre Ju de 1924 e Janeiro de 1925. Passou a servir no vapor Patrão Lopes, de Novembro de 1925 a Agosto de 1926.
Não quer esperar para mais tarde e resolve celebrar o enlace matrimonial com D. Ester Fernandes Marques, que há muito esperava aquele dia.
Já casado, continua embarcado no vapor Patrão Lopes até Agosto de 1928, tendo, por diversas vezes, regressado ao ponto de partida.
Sente a alegria de poder estar por algum tempo junto de seus filhos Victor Manuel, nascido a 26/5/1927 e Zilda Marques, a 23/11/1929.
Perto de 6 anos decorridos, a 21 de Janeiro de 1930, é elevado ao posto de 10 Tenente. Em Março daquele ano, faz nova viagem no cruzador Vasco da Gama”, com duração até Agosto de 1931.
Pela primeira vez é-lhe dada a posição de comandante com a canhoneira “Limpopo” de Dezembro de 1931 a Fevereiro de 1933.
Entretanto, a 5/2/1932, enriquece o seu património familiar com mais uma filha Ivone Marques e um filho, José Joaquim, a 7/9/1933.
Com o posto de 1.0 Tenente, exerceu em terra firme as seguintes comissões: Capitão do Porto de Lagos (Fevereiro de 1933 a Outubro de 1935), Capitão do Porto Interino de Portimão (Abril de 1933 a Maio de 1935), Capitão do Porto da Figueira da Foz (Novembro de 1936 a 31/7/1940).
Quando foi promovido a Capitão-Tenente estava a exercer funções na Capitania da Foz, exercendo-as com aquele posto até Setembro de 1941. Em Outubro de 1941 ingressou como imediato do contratorpedeiro “Dão” até Março de 1943.
Com aquele posto da hierarquia da Armada, em Junho de 1944, iniciou na Capitania do Porto de Peniche o exercício das funções de Comandante do Porto, cargo que exerceu até 21/9/1949.
Ao longo desta sua estadia, nesta então Vila de Peniche, malta coisa se passou. Começou, por acumulação, por ser dirigente da Casa dos Pescadores, bem como Inspector da Delegação do Instituto de Socorros a Náufragos.
A União Nacional, tendo sobejo conhecimento das suas virtuosas qualidades, tenta por todos os meios que aquele oficial da marinha, fique também à frente dos destinos do Municipio de Peniche. Assim, a 23 de Fevereiro de 1945, é empossado como Presidente da Câmara Municipal de Peniche, preenchendo o lugar deixado pelo Dr. José Bonifácio da Silva.
Da sua permanência neste cargo político é de salientar o empenho colocado na satisfação das maiores necessidades da altura: a construção da rede de esgotos, trabalho que implicou o assentamento de 18.500 metros de colectores e ramais e a construção de caixas de visita e limpeza, e o abastecimento de água, tendo promovido a abertura de 4 furos artesianos, com a profundidade aproximada de 70 metros cada, no sítio da Quinta da Granja e no Casal Moinho.
Procedeu-se à montagem na Central Eléctrica de dois novos motores, a fim de obter garantia para o fornecimento contínuo da energia de noite e de dia.
Construíram-se os edifícios escolares do ‘Plano dos Centenários” de Peniche de Cima (Filtro), Serra de El-Rei e Bufarda.
Também nas freguesias rurais se fez o calcetamento à portuguesa dentro de Reinaldes — Ramal de Ribafria aos Bolhos e calcetamento também à portuguesa em Ribafria e Bolhos — RamaI do lugar da Estrada à Consolação (com 1.355 metros) — Ramai de Ferrel ao Baleal (com 2.107 metros).
Foi concluída a Lota do Peixe no Forte das Cabanas, bem como toda a pavimentação de toda a área livre no mesmo Forte.
Também foi dado como acabado e se procedeu à abertura do Mercado Municipal (anterior ao actual e no mesmo local).
Durante o seu mandato deu-se o início da construção do Porto de Abrigo e realizaram-se melhoramentos no Porto de Peniche. Do mesmo modo se procedeu à implantação das primeiras 60 casas para famílias pobres do Bairro Senhor do Calvário.
Tinha grandes projectos camarários que a situação financeira não permitia realizar, atendendo as grandes crises que assolavam toda esta zona por falta de peixe.
Como a sua situação como Comandante do Porto tinha uma prazo limite que terminava em 21 de Setembro de 1949, não pode renovar o seu mandato como Presidente da Câmara, retirando-se a 21 de Julho de 1949, para novas comissões na Armada.
Já depois de estar retirado dos lugares que ocupou em Peniche, em acordo com sua esposa, dissolve o seu casamento em 1 de Junho de 1950 (sentença de 1 de Junho da 3 Vara Civet da Comarca de Lisboa).
A 2/9/1 951, com 52 anos de idade, consorcia-se com Azulina Cecílio Roldão, natural da freguesia de S. Pedro de Peniche, na 3 Conservatória de Lisboa.
Deste segundo enlace são seus filho Joaquim José Roldão (9/7/1950) — Fernando José (1/7/1958) e Sandra Maria (25/5/1960).
De Março de 1951 a Dezembro do mesmo ano é Comandante do Aviso de 2 classe “Pedro Nunes” e de Janeiro de 1952 a Março de 1954 é Comandante do Aviso “Gonçalo Velho. Faz nova comissão como Capitão dos Portos da Provincia Ultramarina de Macau de Setembro de 1955 a Setembro de 1960.
Desempenha as funções de Superintendente dos Serviços da Armada de 10/1/1960 a Fevereiro de 1964, já na situação de reserva, bem como na Comissão Central de Pescarias, aqui trabalhando de Maio de 1964 a Fevereiro de 1966.
Entrou na situação de reforma em Janeiro de 1969.
Deixou de fazer parte do mundo dos vivos a 22 de Janeiro de 1976. Jaz sepultado no Cemitério Municipal de Peniche, no Talhão 3, em sepultura rasa, juntamente com os familiares do seu 2.° casamento.
Foi seu nome José da Motta Coutinho Garrido, filho legitimo de Joaquim de Mello Coutinho Garrido, distinto Oficial da Marinha e de D. Lucinda de Jesus Motta Garrido, natural da Paroquial dos Anjos em Lisboa, onde nasceu, na Travessa da Nazaré, n.° 19-Andar, a 22/1/1899.
Era descendente, pela linha paterna de famílias oriundas de Valença do Minho, onde seu pai foi baptizado na freguesia de Santa Maria dos Anjos, daquele concelho. Sua mãe era natural de Lisboa, onde recebeu a mesma benção na Igreja de S. Vicente de Fora.
Estudou na capital, onde vivia com seus familiares, desde as primeiras letras até ao curso liceal e escola militar.
Sem se oferecer como voluntário, não se antecipou, por isso, ao cumprimento dos deveres militares. Com 21 anos de idade, a 27 de Fevereiro de 1920, assentou praça como Aspirante.
Já depois de 30/1/1923 é promovido a Guarda da Marinha.
Embarca pela primeira vez no cruzador Carvalho Araújo como 2.° Tenente, no espaço compreendido entre Ju de 1924 e Janeiro de 1925. Passou a servir no vapor Patrão Lopes, de Novembro de 1925 a Agosto de 1926.
Não quer esperar para mais tarde e resolve celebrar o enlace matrimonial com D. Ester Fernandes Marques, que há muito esperava aquele dia.
Já casado, continua embarcado no vapor Patrão Lopes até Agosto de 1928, tendo, por diversas vezes, regressado ao ponto de partida.
Sente a alegria de poder estar por algum tempo junto de seus filhos Victor Manuel, nascido a 26/5/1927 e Zilda Marques, a 23/11/1929.
Perto de 6 anos decorridos, a 21 de Janeiro de 1930, é elevado ao posto de 10 Tenente. Em Março daquele ano, faz nova viagem no cruzador Vasco da Gama”, com duração até Agosto de 1931.
Pela primeira vez é-lhe dada a posição de comandante com a canhoneira “Limpopo” de Dezembro de 1931 a Fevereiro de 1933.
Entretanto, a 5/2/1932, enriquece o seu património familiar com mais uma filha Ivone Marques e um filho, José Joaquim, a 7/9/1933.
Com o posto de 1.0 Tenente, exerceu em terra firme as seguintes comissões: Capitão do Porto de Lagos (Fevereiro de 1933 a Outubro de 1935), Capitão do Porto Interino de Portimão (Abril de 1933 a Maio de 1935), Capitão do Porto da Figueira da Foz (Novembro de 1936 a 31/7/1940).
Quando foi promovido a Capitão-Tenente estava a exercer funções na Capitania da Foz, exercendo-as com aquele posto até Setembro de 1941. Em Outubro de 1941 ingressou como imediato do contratorpedeiro “Dão” até Março de 1943.
Com aquele posto da hierarquia da Armada, em Junho de 1944, iniciou na Capitania do Porto de Peniche o exercício das funções de Comandante do Porto, cargo que exerceu até 21/9/1949.
Ao longo desta sua estadia, nesta então Vila de Peniche, malta coisa se passou. Começou, por acumulação, por ser dirigente da Casa dos Pescadores, bem como Inspector da Delegação do Instituto de Socorros a Náufragos.
A União Nacional, tendo sobejo conhecimento das suas virtuosas qualidades, tenta por todos os meios que aquele oficial da marinha, fique também à frente dos destinos do Municipio de Peniche. Assim, a 23 de Fevereiro de 1945, é empossado como Presidente da Câmara Municipal de Peniche, preenchendo o lugar deixado pelo Dr. José Bonifácio da Silva.
Da sua permanência neste cargo político é de salientar o empenho colocado na satisfação das maiores necessidades da altura: a construção da rede de esgotos, trabalho que implicou o assentamento de 18.500 metros de colectores e ramais e a construção de caixas de visita e limpeza, e o abastecimento de água, tendo promovido a abertura de 4 furos artesianos, com a profundidade aproximada de 70 metros cada, no sítio da Quinta da Granja e no Casal Moinho.
Procedeu-se à montagem na Central Eléctrica de dois novos motores, a fim de obter garantia para o fornecimento contínuo da energia de noite e de dia.
Construíram-se os edifícios escolares do ‘Plano dos Centenários” de Peniche de Cima (Filtro), Serra de El-Rei e Bufarda.
Também nas freguesias rurais se fez o calcetamento à portuguesa dentro de Reinaldes — Ramal de Ribafria aos Bolhos e calcetamento também à portuguesa em Ribafria e Bolhos — RamaI do lugar da Estrada à Consolação (com 1.355 metros) — Ramai de Ferrel ao Baleal (com 2.107 metros).
Foi concluída a Lota do Peixe no Forte das Cabanas, bem como toda a pavimentação de toda a área livre no mesmo Forte.
Também foi dado como acabado e se procedeu à abertura do Mercado Municipal (anterior ao actual e no mesmo local).
Durante o seu mandato deu-se o início da construção do Porto de Abrigo e realizaram-se melhoramentos no Porto de Peniche. Do mesmo modo se procedeu à implantação das primeiras 60 casas para famílias pobres do Bairro Senhor do Calvário.
Tinha grandes projectos camarários que a situação financeira não permitia realizar, atendendo as grandes crises que assolavam toda esta zona por falta de peixe.
Como a sua situação como Comandante do Porto tinha uma prazo limite que terminava em 21 de Setembro de 1949, não pode renovar o seu mandato como Presidente da Câmara, retirando-se a 21 de Julho de 1949, para novas comissões na Armada.
Já depois de estar retirado dos lugares que ocupou em Peniche, em acordo com sua esposa, dissolve o seu casamento em 1 de Junho de 1950 (sentença de 1 de Junho da 3 Vara Civet da Comarca de Lisboa).
A 2/9/1 951, com 52 anos de idade, consorcia-se com Azulina Cecílio Roldão, natural da freguesia de S. Pedro de Peniche, na 3 Conservatória de Lisboa.
Deste segundo enlace são seus filho Joaquim José Roldão (9/7/1950) — Fernando José (1/7/1958) e Sandra Maria (25/5/1960).
De Março de 1951 a Dezembro do mesmo ano é Comandante do Aviso de 2 classe “Pedro Nunes” e de Janeiro de 1952 a Março de 1954 é Comandante do Aviso “Gonçalo Velho. Faz nova comissão como Capitão dos Portos da Provincia Ultramarina de Macau de Setembro de 1955 a Setembro de 1960.
Desempenha as funções de Superintendente dos Serviços da Armada de 10/1/1960 a Fevereiro de 1964, já na situação de reserva, bem como na Comissão Central de Pescarias, aqui trabalhando de Maio de 1964 a Fevereiro de 1966.
Entrou na situação de reforma em Janeiro de 1969.
Deixou de fazer parte do mundo dos vivos a 22 de Janeiro de 1976. Jaz sepultado no Cemitério Municipal de Peniche, no Talhão 3, em sepultura rasa, juntamente com os familiares do seu 2.° casamento.
APONTAMENTOS DIVERSOS
Louvores
— Em Julho de 1926 pelo Comandante Geral da Armada.
— Junho de 1937 pelo Director Geral da Marinha.
— Setembro de 1955 pelo Intendente do Pessoal.
—Julho de 1956, Março de 1957, Novembro de 1958, Setembro de 1959 e Julho de 1960, pelo Governador de Macau.
—Dezembro de 1965 pelo Presidente da Comissão Central de Pescarias.
Condecorações
1930 Medalha Militar de Prata - Comportamento Exemplar.
1933— Grau de Oficial da Ordem Militar de Aviz.
1935— Medalha Militar de Prata — Bons Serviços.
1939— Medalha de Prata de “Dedicação” da Legião Portuguesa.
1941 — Agraciado com o grau de COMENDADOR da Ordem Militar de Aviz.
1956— Medalha Militar de Ouro — Comportamento Exemplar.
Louvores
— Em Julho de 1926 pelo Comandante Geral da Armada.
— Junho de 1937 pelo Director Geral da Marinha.
— Setembro de 1955 pelo Intendente do Pessoal.
—Julho de 1956, Março de 1957, Novembro de 1958, Setembro de 1959 e Julho de 1960, pelo Governador de Macau.
—Dezembro de 1965 pelo Presidente da Comissão Central de Pescarias.
Condecorações
1930 Medalha Militar de Prata - Comportamento Exemplar.
1933— Grau de Oficial da Ordem Militar de Aviz.
1935— Medalha Militar de Prata — Bons Serviços.
1939— Medalha de Prata de “Dedicação” da Legião Portuguesa.
1941 — Agraciado com o grau de COMENDADOR da Ordem Militar de Aviz.
1956— Medalha Militar de Ouro — Comportamento Exemplar.
1 comentário:
Tive a sorte de privar com este grande homem e sua família inesquecíveis momentos da minha adolescência/juventude e dele ainda hoje guardo imensa saudade e uma tremenda admiração.
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