O dia primeiro de Maio é, desde tempos imemoriais, celebrado nalgumas zonas do nosso País com uma festa embora já um pouco em desuso chamada “do Maio” ou “das Maias Tudo aponta ser uma herança deixada pelos Romanos quando da sua permanência por estas bandas.
Com altos e baixos, estas comemorações ou festividades foram no século XV, aos olhos da Igreja Católica - a partir da capital do Reino - consideradas “festas pagãs Possivelmente por darem lugar a excessos, foram proibi das várias vezes e decaíram muito depois do século XIX.
Uma carta régia de 14N111/1402 determinava aos juízes e às câmaras que impusessem as maiores penalidades aos que tivessem em menos conta o que se estabelecera:
“que nô cantassem mayas, nem Janeiras, e outras cousas q eram contra a ley de deus. A festa tinha variantes mas, em geral, constava da coroação com flores de uma rapariga de 10 ou 12 anos, ‘a maia que se enfeitava com vestido branco, jóias, fitas e flores, sendo colocada num trono florido, e em frente da casa onde ela ficava dançava se durante todo o dia.
Em Peniche, nos elementos que me foi possível consultar existem registos de documentos de despesa da Câmara Municipal que podem estar relacionados com estas festas. Passo a citar um registo lançado em 5/6/1814: “1814 - 1 de Maio - para as luminárias pela paz geral - 6$710
Os ecos destas celebrações chegaram até aos nossos dias em todo o distrito de Leiria. Destaco a Nazaré (e Peniche pelas influências do povo daquela vila) onde todos madrugavam no primeiro dia do mês para evitar que o “maio os encontrasse na cama portas eram enfeitadas com flores. amarelas - maias - e enfeitavam também os carros de tracção animal.
Também Peniche, na década de 20 do século passado, foi testemunha de cortejos de flores organizados pelos seus novos habitantes provenientes do Norte do País que aqui fixaram residência trazendo das suas terras os seus usos e costumes.
Mas o dia primeiro de Maio não é só por isto que é lembrado. Por ironia do destino neste mesmo dia, mas em 1886, Chicago estava a ferro e fogo.
A luta dos trabalhadores naquela cidade dos Estados Unidos, situada na margem do lago Michigan, pela jornada das oito horas de trabalho estava a aquecer. Entrou em ebulição quando os patrões das Moagens McCormick contrataram “amarelos” para substituir os trabalhadores em greve e encheram as redondezas da fábrica com pistoleiros. Os trabalhadores, principalmente anarquistas alemães e checos, responderam com uma enorme manifestação no dia 1 de Maio, e ali se mantiveram, cercando a fábrica, de noite e de dia. Dois dias depois, a polícia abriu fogo e matou diversos trabalhadores.
Novas manifestações se seguiram de que resultou a morte de sete policias, pelo lançamento de uma bomba de uma das ruas circundantes.
As autoridades aproveitaram o facto para decapitar o movimento, prendendo oito dos seus mais carismáticos lideres. Levados a tribunal, sete deles foram condenados por assassínio. Quatro foram enforcados.
O dia l° de Maio - o Dia Mundial dos Trabalhadores tem, assim, a sua origem nos “mártires de Chicago
Em Portugal, logo a partir de 1890, o l° de Maio foi adoptado como data de manifestações proletárias, que se traduziam em “paralisação geral do trabalho como afirmação internacional de consciência revolucionária dos trabalhadores que aspiram à sua emancipação.
Em Peniche pouca aderência tiveram estas manifestações. Nos princípios do século vinte não era terra industrializada. Só a partir de, praticamente, 1915 com a implementação aqui da industria das conservas, surgiram os sindicatos a preocuparem-se com os seus trabalhadores.
Durante o regime que no País que se prolongou até Abril de 1974, pouco ou nada se falava do Dia do Trabalhador. Em Peniche, lembro-me de que a única casa que respeitava este dia dando tolerância de ponto aos seus trabalhadores era a Tipografia Penichense, de António Pereira Coutinho, sita na Rua dos Hermínios.
Lisboa parou com as suas grandes manifestações. Nunca era esquecido o seu grande líder “José Maria Fontana, primeiro propagandista do movimento operário em Portugal, com uma coroa de flores no seu monumento sito no antigo Largo da Cruz do Taboado, em Lisboa, cuja l° pedra fora lançada, no dia 1. de Maio de 1904, em terreno particular oferecido pelo proprietário Sabino de Sousa.
A partir de 1974 foi avivado o significado do dia 1. de Maio feriado nacional - como Dia do Trabalhador. Continua este dia a ser escolhido pelos trabalhadores dos mais diversos ramos de actividade, acompanhados pelos dirigentes das organizações sindicais onde se filiam, para, em todo o País mas especialmente nos grandes centros urbanos, promoverem manifestações e apresentaram reivindicações.
Com altos e baixos, estas comemorações ou festividades foram no século XV, aos olhos da Igreja Católica - a partir da capital do Reino - consideradas “festas pagãs Possivelmente por darem lugar a excessos, foram proibi das várias vezes e decaíram muito depois do século XIX.
Uma carta régia de 14N111/1402 determinava aos juízes e às câmaras que impusessem as maiores penalidades aos que tivessem em menos conta o que se estabelecera:
“que nô cantassem mayas, nem Janeiras, e outras cousas q eram contra a ley de deus. A festa tinha variantes mas, em geral, constava da coroação com flores de uma rapariga de 10 ou 12 anos, ‘a maia que se enfeitava com vestido branco, jóias, fitas e flores, sendo colocada num trono florido, e em frente da casa onde ela ficava dançava se durante todo o dia.
Em Peniche, nos elementos que me foi possível consultar existem registos de documentos de despesa da Câmara Municipal que podem estar relacionados com estas festas. Passo a citar um registo lançado em 5/6/1814: “1814 - 1 de Maio - para as luminárias pela paz geral - 6$710
Os ecos destas celebrações chegaram até aos nossos dias em todo o distrito de Leiria. Destaco a Nazaré (e Peniche pelas influências do povo daquela vila) onde todos madrugavam no primeiro dia do mês para evitar que o “maio os encontrasse na cama portas eram enfeitadas com flores. amarelas - maias - e enfeitavam também os carros de tracção animal.
Também Peniche, na década de 20 do século passado, foi testemunha de cortejos de flores organizados pelos seus novos habitantes provenientes do Norte do País que aqui fixaram residência trazendo das suas terras os seus usos e costumes.
Mas o dia primeiro de Maio não é só por isto que é lembrado. Por ironia do destino neste mesmo dia, mas em 1886, Chicago estava a ferro e fogo.
A luta dos trabalhadores naquela cidade dos Estados Unidos, situada na margem do lago Michigan, pela jornada das oito horas de trabalho estava a aquecer. Entrou em ebulição quando os patrões das Moagens McCormick contrataram “amarelos” para substituir os trabalhadores em greve e encheram as redondezas da fábrica com pistoleiros. Os trabalhadores, principalmente anarquistas alemães e checos, responderam com uma enorme manifestação no dia 1 de Maio, e ali se mantiveram, cercando a fábrica, de noite e de dia. Dois dias depois, a polícia abriu fogo e matou diversos trabalhadores.
Novas manifestações se seguiram de que resultou a morte de sete policias, pelo lançamento de uma bomba de uma das ruas circundantes.
As autoridades aproveitaram o facto para decapitar o movimento, prendendo oito dos seus mais carismáticos lideres. Levados a tribunal, sete deles foram condenados por assassínio. Quatro foram enforcados.
O dia l° de Maio - o Dia Mundial dos Trabalhadores tem, assim, a sua origem nos “mártires de Chicago
Em Portugal, logo a partir de 1890, o l° de Maio foi adoptado como data de manifestações proletárias, que se traduziam em “paralisação geral do trabalho como afirmação internacional de consciência revolucionária dos trabalhadores que aspiram à sua emancipação.
Em Peniche pouca aderência tiveram estas manifestações. Nos princípios do século vinte não era terra industrializada. Só a partir de, praticamente, 1915 com a implementação aqui da industria das conservas, surgiram os sindicatos a preocuparem-se com os seus trabalhadores.
Durante o regime que no País que se prolongou até Abril de 1974, pouco ou nada se falava do Dia do Trabalhador. Em Peniche, lembro-me de que a única casa que respeitava este dia dando tolerância de ponto aos seus trabalhadores era a Tipografia Penichense, de António Pereira Coutinho, sita na Rua dos Hermínios.
Lisboa parou com as suas grandes manifestações. Nunca era esquecido o seu grande líder “José Maria Fontana, primeiro propagandista do movimento operário em Portugal, com uma coroa de flores no seu monumento sito no antigo Largo da Cruz do Taboado, em Lisboa, cuja l° pedra fora lançada, no dia 1. de Maio de 1904, em terreno particular oferecido pelo proprietário Sabino de Sousa.
A partir de 1974 foi avivado o significado do dia 1. de Maio feriado nacional - como Dia do Trabalhador. Continua este dia a ser escolhido pelos trabalhadores dos mais diversos ramos de actividade, acompanhados pelos dirigentes das organizações sindicais onde se filiam, para, em todo o País mas especialmente nos grandes centros urbanos, promoverem manifestações e apresentaram reivindicações.
1 comentário:
Olá! Deixo um convite: Junte-se a nós no dia 10 de Junho, no Convento dos Frades Franciscanos, em Trancoso, num duplo evento: «Encontro de Bloggers e lançamento do livro "Aldeias Históricas de Portugal – Guia Turístico". Para estar presente, envie um mail para aminhaldeia@sapo.pt a solicitar o formulário de inscrição e o programa das festividades. Faça-o com antecedência, pois as inscrições são até dia 2 de Junho.
Abraço
Lena
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