A viticultura e a vinicultura, a cultura da vinha e o fabrico do vinho, são actividades que vêm de tempos muito recuados.
Extraordinária foi a importância de que se revestiu a vinha para os Hebreus, como uma das maiores riquezas da Terra Prometida, da qual os reis de Judá e de israel auferiram fartas receitas.
O clima do nosso país oferece para a cultura da videira excelentes condições de vegetação e, por isso, a vinha é das nossas culturas mais expandidas. Cobriria quase toda a superficie do país se a carestia da sua instalação e a saturação dos mercados a não limitassem.
Nos areais das costas marítimas, nos terrenos ubérrimos das lezírias do Tejo, nas planícies e nas encostas, no chuvoso Minho e na aridez de Alentejo, por toda a parte, a vinha encontra condições que lhe permitem a vegetação, e, até, uma cultura altamente remuneradora.
Mas se por toda a parte vegeta e é cultivada, nem sempre, nem em todas as regiões onde se implantou, é igualmente produtiva e remuneradora, nem idênticos são os processos culturais a que tem de submeter-se, nem são sempre as mesmas as castas adoptadas e as qualidades produzidas. Desta variação multipla resultam as diversas regiões que tão frisantemente acentuam os distintos tipos de vinho que a ecologia portuguesa define, a tradição enobreceu, os mercados confirmaram e a concorrência comercial, em grande parte, estragou.
Na província do Minho temos a região bem característica do originalissimo vinho verde.
o Douro, hoje delimitado oficialmente como região vinicola, produz o mais nobre e reputado vinho generoso vinho do mundo: o “Porto”, e, ainda excelentes vinhos de pasto, que o comércio conhece sob o nome de vinhos virgens do Douro.
Vem depois o Dão com o melhor vinho de lote que o país produz. A Bairrada é também região de vinhos de lote muito apreciados. Colares e Bucelas, o primeiro tinto e o segundo branco, têm sido dos melhores vinhos de pasto portugueses e tantos outros num nunca mais acabar por esse país fora.
Mas ainda com referência aos campos baixos do Mondego e em toda a vertente oceânica que se segue do Lis até abranger a parte norte do concelho de Torres Vedras, Lourinhã, Obidos, etc. esplana-se uma zona de vinhos delgados, considerados de baixa graduação em uma grande parte da sua produção.
Neste denominado “país das uvas” por toda a parte a vinha aparece, com vário êxito económico, mas denunciando sempre a manifesta e privilegiada aptidão vitícola dos nossos climas.
Em Peniche desde muito cedo que os seus habitantes se dedicaram à plantação de vinhas. Perde-se no tempo a memória da sua exploração. Dos elementos mais antigos que me foi possível consultar destaco uma provisão do Cardeal D. Henrique, Rei de Portugal, de 11/1/1567 - “A fim de fazer face às despesas da fortificação, cria-se uma imposição de 400.000 rs. sobre o pescado e o VINHO DE PENICHE.”
E mesmo ano, datado de 6 de Agosto, o “Alvará do Cardeal D. Henrique que estabelece para fazer face às despesas da fortificação, a contribuição de uma canada por almude no vinho que se vendesse atavernado em Peniche e Atouguia, para o que diminuíram proporcionalmente as medidas de canada até meio quartilho”
Ao que nos é dado a conhecer pelo que chegou até aos nossos dias, trata-se exclusivamente do apreciado VINHO BRANCO que, pelo clima e solos de areia onde eram cultivadas as vinhas ,atingia uma graduação muito apreciada.
O cultivo das vinhas que produziam o precioso liquido exigia cuidados especiais de tratamento e de defesa, bem visíveis ainda nos subúrbios da zona urbana de Peniche nos muros de pedra solta e nas divisões em caniços que serviam de resguardo aos ventos predominantes de Noroeste na maior parte do ano.
A atestar a importância da vinha e seu cultivo chegou até nôs a legislação especial que lhe dizia respeito. Estabelecia a Lei que qualquer podia penetrar em vinha alheia, colher a uva e comê-la. Em contrapartida era interdito que o furto fosse colhido e transportado em cestos. Quem destruía uma vinha ou nela causava qualquer prejuízo ficava sujeito a pagar uma indemnização ao proprietário prejudicado.
Na vindima, os cachos não colhidos por esquecimento destinavam-se aos pobres, sendo inteiramente vedado aos vindimadores voltarem atrás para colhê-los.
A Câmara Municipal de Peniche, desde a sua elevação a Concelho, sempre se preocupou com a vinicultura em Peniche, conforme se observa em diversas deliberações, tais como:
Vereação de 12/9/1629 - “Por grassar uma grave doença nas vinhas e haver perigo em dilatar a vindima foi dada licença geral para começar as vindimas, em Peniche, no dia 16 de Setembro. Quem assim não fizer ficará sujeito à pena de 500 rs. , para o concelho e o acusador”.
Vereação de 9/10/1630 - “Foi ordenado que ninguém podia vender vinho novo sem licença da Câmara; e foi estipulada a muita de 1.000 rs. Para quem o fizesse por cada vez que o fizesse”
Também todo o vinho atabernado, era vendido por tabela aprovada pelo Município (Vereação de 10 de Janeiro de 1637 e outras que se seguiram em diversos anos). Teve altos e baixos ao longo dos séculos esta cultura, na nossa Península.
Em 1853 nova moléstia afectou, com grande prejuízo, parte das vinhas. O Governo Central, por intermédio do Governo Civil de Lisboa, de que na época Peniche dependia, pediu ao Município para formar uma comissão para que foram convidados o Dr. António Pedrosa Barreto - José Diogo da Fonseca Pereira - Francisco Cordeiro da Silva Torres - Francisco António da Cunha - José Manuel da Silva Guizado e Antero da Costa Oliveira, a fim de examinarem e investigarem a natureza desta epidemia e o meio de a combater.
O clima do nosso país oferece para a cultura da videira excelentes condições de vegetação e, por isso, a vinha é das nossas culturas mais expandidas. Cobriria quase toda a superficie do país se a carestia da sua instalação e a saturação dos mercados a não limitassem.
Nos areais das costas marítimas, nos terrenos ubérrimos das lezírias do Tejo, nas planícies e nas encostas, no chuvoso Minho e na aridez de Alentejo, por toda a parte, a vinha encontra condições que lhe permitem a vegetação, e, até, uma cultura altamente remuneradora.
Mas se por toda a parte vegeta e é cultivada, nem sempre, nem em todas as regiões onde se implantou, é igualmente produtiva e remuneradora, nem idênticos são os processos culturais a que tem de submeter-se, nem são sempre as mesmas as castas adoptadas e as qualidades produzidas. Desta variação multipla resultam as diversas regiões que tão frisantemente acentuam os distintos tipos de vinho que a ecologia portuguesa define, a tradição enobreceu, os mercados confirmaram e a concorrência comercial, em grande parte, estragou.
Na província do Minho temos a região bem característica do originalissimo vinho verde.
o Douro, hoje delimitado oficialmente como região vinicola, produz o mais nobre e reputado vinho generoso vinho do mundo: o “Porto”, e, ainda excelentes vinhos de pasto, que o comércio conhece sob o nome de vinhos virgens do Douro.
Vem depois o Dão com o melhor vinho de lote que o país produz. A Bairrada é também região de vinhos de lote muito apreciados. Colares e Bucelas, o primeiro tinto e o segundo branco, têm sido dos melhores vinhos de pasto portugueses e tantos outros num nunca mais acabar por esse país fora.
Mas ainda com referência aos campos baixos do Mondego e em toda a vertente oceânica que se segue do Lis até abranger a parte norte do concelho de Torres Vedras, Lourinhã, Obidos, etc. esplana-se uma zona de vinhos delgados, considerados de baixa graduação em uma grande parte da sua produção.
Neste denominado “país das uvas” por toda a parte a vinha aparece, com vário êxito económico, mas denunciando sempre a manifesta e privilegiada aptidão vitícola dos nossos climas.
Em Peniche desde muito cedo que os seus habitantes se dedicaram à plantação de vinhas. Perde-se no tempo a memória da sua exploração. Dos elementos mais antigos que me foi possível consultar destaco uma provisão do Cardeal D. Henrique, Rei de Portugal, de 11/1/1567 - “A fim de fazer face às despesas da fortificação, cria-se uma imposição de 400.000 rs. sobre o pescado e o VINHO DE PENICHE.”
E mesmo ano, datado de 6 de Agosto, o “Alvará do Cardeal D. Henrique que estabelece para fazer face às despesas da fortificação, a contribuição de uma canada por almude no vinho que se vendesse atavernado em Peniche e Atouguia, para o que diminuíram proporcionalmente as medidas de canada até meio quartilho”
Ao que nos é dado a conhecer pelo que chegou até aos nossos dias, trata-se exclusivamente do apreciado VINHO BRANCO que, pelo clima e solos de areia onde eram cultivadas as vinhas ,atingia uma graduação muito apreciada.
O cultivo das vinhas que produziam o precioso liquido exigia cuidados especiais de tratamento e de defesa, bem visíveis ainda nos subúrbios da zona urbana de Peniche nos muros de pedra solta e nas divisões em caniços que serviam de resguardo aos ventos predominantes de Noroeste na maior parte do ano.
A atestar a importância da vinha e seu cultivo chegou até nôs a legislação especial que lhe dizia respeito. Estabelecia a Lei que qualquer podia penetrar em vinha alheia, colher a uva e comê-la. Em contrapartida era interdito que o furto fosse colhido e transportado em cestos. Quem destruía uma vinha ou nela causava qualquer prejuízo ficava sujeito a pagar uma indemnização ao proprietário prejudicado.
Na vindima, os cachos não colhidos por esquecimento destinavam-se aos pobres, sendo inteiramente vedado aos vindimadores voltarem atrás para colhê-los.
A Câmara Municipal de Peniche, desde a sua elevação a Concelho, sempre se preocupou com a vinicultura em Peniche, conforme se observa em diversas deliberações, tais como:
Vereação de 12/9/1629 - “Por grassar uma grave doença nas vinhas e haver perigo em dilatar a vindima foi dada licença geral para começar as vindimas, em Peniche, no dia 16 de Setembro. Quem assim não fizer ficará sujeito à pena de 500 rs. , para o concelho e o acusador”.
Vereação de 9/10/1630 - “Foi ordenado que ninguém podia vender vinho novo sem licença da Câmara; e foi estipulada a muita de 1.000 rs. Para quem o fizesse por cada vez que o fizesse”
Também todo o vinho atabernado, era vendido por tabela aprovada pelo Município (Vereação de 10 de Janeiro de 1637 e outras que se seguiram em diversos anos). Teve altos e baixos ao longo dos séculos esta cultura, na nossa Península.
Em 1853 nova moléstia afectou, com grande prejuízo, parte das vinhas. O Governo Central, por intermédio do Governo Civil de Lisboa, de que na época Peniche dependia, pediu ao Município para formar uma comissão para que foram convidados o Dr. António Pedrosa Barreto - José Diogo da Fonseca Pereira - Francisco Cordeiro da Silva Torres - Francisco António da Cunha - José Manuel da Silva Guizado e Antero da Costa Oliveira, a fim de examinarem e investigarem a natureza desta epidemia e o meio de a combater.
Como quase sempre, como diz o povo, não há duas sem três, em 1871 , começa-se a falar de nova doença das videiras em Portugal, mal que jé devastava as vinhas francesas desde 1863: ‘a FILOXERA”. E a partir do ano seguinte o nosso País volta a mergulhar em pânico e desespero, com esta moléstia. O próprio Governo novamente se apressa a nomear comissões para resolver o problema. A filoxera provocou por todo o País talvez a pior crise de que há memória, muito mais grave que a anterior designada por “Oidium”. Durou trinta anos a luta. Não foi possível evitar prejuízos incalculáveis mas, ao cabo de três décadas, os esforços dos cientistas portugueses foram coroados de pleno êxito. A filoxera foi banida do nosso país.
Foi necessário plantar novas castas de uvas mais resistentes e que pudessem corresponder às necessidades vinícolas do país. Para a nossa região veio o famoso “La brusco”. Esta famosa casta de uva cultivada na nossa península deu como resultado um precioso vinho branco a atingir 16 graus.
No principio do século vinte, mais propriamente em 1904, a produção do vinho branco na nossa praça atingiu 400.000 litros que foram dados ao manifesto.
A cultura persistiu ainda por mais de 3 quartos de século, sendo abundante a produção dos vinhos brancos, considerados de primeira qualidade.
Não há muitos anos encontravam-se com relativa facilidade em estabelecimentos de venda de vinho a copo, vinhos brancos com 14/15 graus.
Os tempos mudaram para a agricultura por estas bandas, esqueceu-se o campo, a dureza do cultivo da vinha, os trabalhos da preparação do vinho.
Veio a urbanização com construções a ocupar aqueles espaços e tudo foi alterado.
As vinhas que escaparam a esta triste sorte poucas foram e as que ainda hoje restam estão em vias de extinção.
APONTAMENTOS DI VERSOS
De acordo com a relação das actividades industriais e comerciais existentes em Peniche, em 1958, aqui existiam 83 estabelecimentos de venda de vinho a copo (tabernas).
Estes estabelecimentos eram identificados, em tempos, por um ramo de loureiro colocado por cima da porta principal.
Da acta da reunião da Câmara Municipal realizada em 27/2/1912 consta um ofício da Administração do Concelho para a policia municipal dar umas badaladas na sineta dos Paços do Concelho pelas 21 horas a fim de a esse sinal todas as tabernas e estabelecimentos similares fecharem.
Em 21 de Agosto de 1929 a Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Peniche publicou um edital com uma Postura impondo que, a partir de 1 de Janeiro de 1930, os estabelecimentos de venda de vinho a copo, cervejarias, cafés, casas de pasto e restaurante, além dos preceitos higiénicos que lhes eram impostos pela inspecção de saúde nos termos do Decreto n 14.095, deviam observar disposições de conforto e estética como: tampos de pedra polida nos balcões e mesas destinadas aos clientes, recipientes privativos para lavagem de copos e outras vasilhas, com lavatórios separados para lavagem de mãos, paredes revestidas de azulejos, pavimentos de fácil lavagem e portas com guarda-ventos com molas que as obrigasse a fechar por si, apôs a entrada ou sarda de qualquer freguês.
A 29/1/1934, procedeu-se ao termo de posse, na Câmara Municipal, da Direcção do Grémio dos Vinicultores do Concelho de Peniche, constituída por Doutor José Bonifácio da Silva, José Maria de Oliveira e Joaquim Duarte Martins.
Estabelecimentos de venda de vinho a copo praticamente foram extintos em Peniche substituídos em grande parte por cafés e bares nocturnos.
Quem não se lembra das típicas tabernas, atapetadas em todo o seu espaço com areia da praia, da Constança, na rua António Cervantes; do Sortelha, na rua Pedro António Monteiro; do Manuel Capadinho, na Ribeira; do José Fadista, na rua Vasco da Gama; do Guilherme, na actual Avenida do Mar; da Rosa Mamede, na rua José Estevão; a do Caraça, na rua do Matinho, que dava apoio ao antigo cinema; do Sabe Sabe, na Travessa dos Remédios; e outras já mais sofisticadas como a do Possidónio da Cruz, na rua José Estevão; Joaquim da Júlia, na rua Tenente Valadim; Antero à Ponte, na rua Alexandre Herculano (no local do actual café “Nau”); Cândido João, na actual Avenida do Mar; e tantas outras, que era um nunca mais acabar.
Lembro aqui ainda a “Cova Funda”, em Peniche de Cima (por detrás da Igreja de Nossa Senhora de Ajuda) e, ultimamente, a taberna da “tia Eva” na Avenida do Mar.
Também não dà para esquecer os vinhos brancos do “Viola”, na zona do Bairro dos Pescadores de Peniche de Cima e do Jorge Guilherme, conhecido por “Cana do Noroeste” assim baptizada, na zona do Lapadusso.
No dealbar do século teve os seus últimos dias a bem conhecida tasca “As Cabacinhas”, na rua Primeiro de Dezembro.
Resta para finalizar a unica que ainda se mantém em plena actividade na rua das Amoreiras: ‘a taberna do Capilé”.
Foi necessário plantar novas castas de uvas mais resistentes e que pudessem corresponder às necessidades vinícolas do país. Para a nossa região veio o famoso “La brusco”. Esta famosa casta de uva cultivada na nossa península deu como resultado um precioso vinho branco a atingir 16 graus.
No principio do século vinte, mais propriamente em 1904, a produção do vinho branco na nossa praça atingiu 400.000 litros que foram dados ao manifesto.
A cultura persistiu ainda por mais de 3 quartos de século, sendo abundante a produção dos vinhos brancos, considerados de primeira qualidade.
Não há muitos anos encontravam-se com relativa facilidade em estabelecimentos de venda de vinho a copo, vinhos brancos com 14/15 graus.
Os tempos mudaram para a agricultura por estas bandas, esqueceu-se o campo, a dureza do cultivo da vinha, os trabalhos da preparação do vinho.
Veio a urbanização com construções a ocupar aqueles espaços e tudo foi alterado.
As vinhas que escaparam a esta triste sorte poucas foram e as que ainda hoje restam estão em vias de extinção.
APONTAMENTOS DI VERSOS
De acordo com a relação das actividades industriais e comerciais existentes em Peniche, em 1958, aqui existiam 83 estabelecimentos de venda de vinho a copo (tabernas).
Estes estabelecimentos eram identificados, em tempos, por um ramo de loureiro colocado por cima da porta principal.
Da acta da reunião da Câmara Municipal realizada em 27/2/1912 consta um ofício da Administração do Concelho para a policia municipal dar umas badaladas na sineta dos Paços do Concelho pelas 21 horas a fim de a esse sinal todas as tabernas e estabelecimentos similares fecharem.
Em 21 de Agosto de 1929 a Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Peniche publicou um edital com uma Postura impondo que, a partir de 1 de Janeiro de 1930, os estabelecimentos de venda de vinho a copo, cervejarias, cafés, casas de pasto e restaurante, além dos preceitos higiénicos que lhes eram impostos pela inspecção de saúde nos termos do Decreto n 14.095, deviam observar disposições de conforto e estética como: tampos de pedra polida nos balcões e mesas destinadas aos clientes, recipientes privativos para lavagem de copos e outras vasilhas, com lavatórios separados para lavagem de mãos, paredes revestidas de azulejos, pavimentos de fácil lavagem e portas com guarda-ventos com molas que as obrigasse a fechar por si, apôs a entrada ou sarda de qualquer freguês.
A 29/1/1934, procedeu-se ao termo de posse, na Câmara Municipal, da Direcção do Grémio dos Vinicultores do Concelho de Peniche, constituída por Doutor José Bonifácio da Silva, José Maria de Oliveira e Joaquim Duarte Martins.
Estabelecimentos de venda de vinho a copo praticamente foram extintos em Peniche substituídos em grande parte por cafés e bares nocturnos.
Quem não se lembra das típicas tabernas, atapetadas em todo o seu espaço com areia da praia, da Constança, na rua António Cervantes; do Sortelha, na rua Pedro António Monteiro; do Manuel Capadinho, na Ribeira; do José Fadista, na rua Vasco da Gama; do Guilherme, na actual Avenida do Mar; da Rosa Mamede, na rua José Estevão; a do Caraça, na rua do Matinho, que dava apoio ao antigo cinema; do Sabe Sabe, na Travessa dos Remédios; e outras já mais sofisticadas como a do Possidónio da Cruz, na rua José Estevão; Joaquim da Júlia, na rua Tenente Valadim; Antero à Ponte, na rua Alexandre Herculano (no local do actual café “Nau”); Cândido João, na actual Avenida do Mar; e tantas outras, que era um nunca mais acabar.
Lembro aqui ainda a “Cova Funda”, em Peniche de Cima (por detrás da Igreja de Nossa Senhora de Ajuda) e, ultimamente, a taberna da “tia Eva” na Avenida do Mar.
Também não dà para esquecer os vinhos brancos do “Viola”, na zona do Bairro dos Pescadores de Peniche de Cima e do Jorge Guilherme, conhecido por “Cana do Noroeste” assim baptizada, na zona do Lapadusso.
No dealbar do século teve os seus últimos dias a bem conhecida tasca “As Cabacinhas”, na rua Primeiro de Dezembro.
Resta para finalizar a unica que ainda se mantém em plena actividade na rua das Amoreiras: ‘a taberna do Capilé”.
2 comentários:
Agradeço e retribuo os votos de Feliz Natal!
Boas Festas!
:)
Grato pelo extenso e documentado contributo para a História de Peniche de que sou leitor assíduo e atento.
Sendo o vinho assunto a que dou sobeja importância, e como saudoso frequentador da Cana do Noroeste, há muito que me venho interrogando sobre a casta que vingou em Peniche na produção dos famosos brancos.
Todavia, a informação que colhi neste post não corresponde, no meu saber, a uma casta branca mas sim tinta, algo que já tive oportunidade de confirmar por consultas várias. É claro que existe a possibilidade técnica de produzir brancos de castas tintas, mas trata-se dum processo mais elaborado que decerto não iria ser seguido nas parcas e artesanais produções locais.
Esta matéria de nomenclatura de castas é muito dada a variações regionais e locais, o penso ser provavelmente isso que acontece neste caso em que se usa um mesmo nome para designar diferentes variedades(acontece o mesmo com a casta Castelão um pouco por todo o país).
Parece-me pois ser La brusco ou Labrusco uma designação de carácter local que não corresponde a nenhuma casta branca conhecida em Portugal.
Caso disponha de mais documentação ou referenciação sobre este tema da casta, muito agradecia me pudesse facultar.
Saudações Penicheiras
jp
http://amigos-de-peniche.blogspot.com/
amigosdepeniche@hotmail.com
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