Texto:Fernando Engenheiro
ANO DE 1998
Foi no principio deste ano, mais
propriamente a 17 de Janeiro, que teve lugar no Quartel dos BVP a cerimonia da tomada de posse de dois
elementos desta corporação. Assim, foram empossados os chefes Vítor
Pedro de Almeida Gonçalves Pereira e Carlos Alberto Remigio Garcia, respectivamente nos cargos de segundo comandante e ajudante de
comando. Estiveram representadas a edilidade camarária, bem corno as
mais diversas entidades concelhias civis e militares, além de
representantes com ligações directas aos bombeiros portugueses. Os
empossados, conscientes das suas novas atribuições, tornaram em
consideração as referências elogiosas sabendo que, a partir
daquele momento, lhes caiam novas responsabilidades. Também passados
alguns dias, após 14 anos de desempenho das funções de conselheiro
regional dos Bombeiros de Lisboa e Vale do Tejo, o comandante desta
associação, Jacinto Teodósio Ribeiro Pedrosa, foi nomeado
conselheiro superior dos Bombeiros Voluntários. Com esta nova
nomeação, no topo dos órgãos que voluntariamente servem a causa
dos bombeiros, ficara cumprida uma missão da qual bem se pode
orgulhar.
Ao longo do ano de 1998, recordamos o
aniversario festejado no dia 21 de Junho, que comemorou no dia 16 do
referido mês, 69 anos da sua fundação. Teve como programa as
cerimonias religiosas habituais, presididas pelo capelão da
instituição humanitária, Pe. José Luís Guerreiro.
Foi prestada homenagem no Cemitério
Municipal de Santana, tendo sido deposta uma palma de flores na campa que simboliza o
bombeiro, cujo acto foi executado pelo presidente de Câmara Municipal, presidente da direcção e
comandante.
Também o presidente da Junta de
Freguesia de Serra de El-rei colocou uma palma de flores na campa da bombeira falecida em serviço
em Agosto de 1996, Amélia Alexandre, quando prestava serviço na secção destacada naquela
sede de freguesia. No salão de festas deu-se inicio a sessão solene que decorreu em ambiente
festivo, a que assistiram bombeiros e seus familiares. No final foi
servido um almoço volante no parque de viaturas do quartel. Meses
mais tarde, a 4 de Outubro, realizou-se no salão nobre dos Paços do
Concelho, uma reunião extraordinária onde foi efectuada a cerimonia
da entrega da medalha de benen1e-réncia da Câmara Municipal, a
titulo póstumo, a José António da Lídia Belo, tendo recebido a
medalha das mãos do presidente da Câmara Municipal, Jorge
Gonçalves, a viúva do benemérito, Lucília da Silva Salvador Belo.
Participaram na efeméride em
representação da Associação dos Bombeiros Voluntários de Peniche e a convite da Câmara Municipal, Júlio
Alberto São Bento Correia e Jacinto Teodósio Ribeiro Pedrosa,
respectivamente, presidente da direcção e comandante da
instituição.
Também no decorrer deste mês, no dia
18, realizou-se no Quartel dos BVP, uma cerimónia com o objectivo de
serem efectuadas promoções a 35 bombeiros, após a prestação de
provas com aproveitamento decorridas oportunamente. Deste modo, foram
promovidos a subchefe, o bombeiro de 1° classe, António Sousinha
Brás; a bombeiros de 1° classe, os seguintes bombeiros de 2°
classe: José Antunes Alexandre, Nuno Miguel Leitão, Carlos Manuel
Resende, Alexandre Miguel Barradas, José António Rodrigues e Rui
Pedro Gomes. A bombeiros de 2° classe, os
seguintes bombeiros de 3°classe: Rui Manuel Nobre, Rui Filipe
Duarte, Carlos Manuel Marques, António Augusto Pinheiro, Eddy Leal
Dias, Carlos Manuel Santos, Luís Miguel Florindo, David José
Serafim, Nuno Alexandre Domingos, Telmo Filipe Moldes, Rui Alexandre
Petinga, Rogério Paulo Henriques, António Manuel Viola, Paulo Jorge
Pinho, João Carlos Fortunato e Susana Luísa Leal. A bombeiros de 3°
classe: Bruno Alexandre Fortunato, Luís António Sousa, António Paulo Novo,
Sandra Paula Pereira, Lucília Maria Henriques, Augusto José Costa,
Nuno Luís Monteiro, Marco José Figueiras, Nuno Filipe Oliveira, Ana
Rita Fernandes, Teresa Isabel Caetano e Ana Filipa Machado. A seu
pedido e por reunir as condições necessárias, passa do Quadro
Honorário ao Quadro Activo, o bombeiro de la. classe Paulo Fernando
Leitão. Após este acto, que decorreu com muita ordem, seguiu-se uma
série de intervenções em que foram oradores o comandante da
corporação, o comandante da Zona Operacional, Sales Henriques, o
representante da Liga dos Bombeiros Portugueses, Carlos Baptista, o
presidente da Câmara Municipal, Jorge Gonçalves, que teceram
algumas considerações elogiosas aos bombeiros pela sua dedicação
a uma causa tão nobre, ao serviço do nosso concelho e do pais,
quando chamados a intervir em situações de sinistros. Terminada a
cerimonia teve lugar um almoço convívio onde confraternizaram
bombeiros, convidados e dirigentes.
ANO DE 1999
Peniche e seu concelho estiveram em
festa no dia 13 de Março de 1999 e não era caso para menos. Em
pouco mais de três anos, a um sábado, é concretizado o grande
sonho da associação para esta cidade e seu concelho. Naquela tarde
procedeu-se a cerimonia do arrear das bandeiras do antigo quartel,
pelo comandante em exercício Jacinto Teodósio Ribeiro Pedrosa, pelo
graduado mais antigo Joaquim Rogério e pelo presidente da direcção
Júlio Alberto São Bento Correia. Já pela tarde fora, com a
presença do Presidente da Republica, Jorge Sampaio, acompanhado por
altas personalidades civis e militares, entre as quais se encontrava
o secretario do Estado da Administração Interna, Armando Vara, foi
inaugurado o novo quartel, acto que se seguiu uma sessão solene.
Esta obra, iniciada a 3 de Maio de
1996 e concluída pouco tempo antes da sua inauguração, foi
participada pela Câmara Municipal, por fundos estatais e população,
esta última que deu a sua comparticipação 9.950.677$00 (até ao
fim do ano de 1998). Desta verba, recordo aqui o exemplo da Escola
Secundária de Peniche, dos seus alunos de Religião e Moral, com a
entrega aos BVP para ajuda das obras do novo quartel ou para seu
equipamento, da importância de 601.000$00.
Ao nível de quartéis de bombeiros,
até então esta uma das melhores obras da nossa região, equipada
com material adequado ao seu objectivo, com capacidade para ser
apetrechada de meios técnicos para poder cumprir cabalmente a sua
missão. Do seu Corpo de Bombeiros fazem parte um grupo de homens e
senhoras vocacionadas para dar resposta as necessidades da população
deste concelho, quer no que concerne a extinção de incêndios, quer
no que se relaciona com a prestação de socorros a doentes e
sinistrados. O emblema da associação colocado na fachada principal
do novo quartel dos BVP é uma excelente pega de louça artística
oferecida pelo seu autor, Álvaro José de Oliveira Mendes, de Caldas
da Rainha, que assim com a sua arte e o seu meritório gesto, quis
homenagear a terra natal de sua esposa, Maria José de Carvalho
Nicolau de Oliveira Mendes. O edifício passou a marcar a sua
presença com mais dignidade com aquela nobre peça estampada na
fachada principal do edifício, símbolo dos bombeiros, designado por
‘Phénix' que corresponde o renascer das cinzas. Para o novo edifício, quiseram os
nossos bombeiros seguir a antiquíssima tradição e praxe
mundialmente difundida, adoptando um orago ou padroeiro de cariz
religioso. Talvez por na sua biografia estar incluída a fama de um
milagre na extinção de um incêndio urbano e pelas curas do mal
ardente, a escolha recaiu em São Marçal, Bispo da Igreja. A
Veneranda imagem deste doutor da Igreja encontra-se dentro do
edifício do novo quartel, em lugar de destaque, tendo sido adquirida
a titulo de oferta aos BVP pela Agência Funerária de Peniche, de
Eugénio Margarido e Filhos. Mais um ano que passou após o Último
aniversario ainda comemorado no edifício da Rua dos Bombeiros
Voluntários (antiga Rua do Matinho) que ali funcionou durante 17
anos, nos anos que decorreram de 1972 a 1999. Deixamos para trás com
saudades daquele espaço implantada a sua construção numa zona
nobre da cidade.
Realizaram-se as cerimonias
costumadas com a celebração da Eucaristia na Igreja Paroquial de
São Pedro, presidida pelo capelão da corporação, Pe. José Luís
Guerreiro. No final daquele acto religioso, o comandante Jacinto
Teodósio Pedrosa, em nome da Liga Nacional dos Bombeiros, impôs a
medalha de ouro, pelos 15 anos de serviço, ao Pe. José Luís
Guerreiro. Logo de seguida, junto ao átrio da referida igreja,
procedeu-se ao baptismo de três novas viaturas como sinal de um bom
desempenho da missão e para um melhor serviço junto da comunidade,
em todas as situações da vida. Estas viaturas são instrumentos ao
serviço dos homens, de suas vidas e seus bens. A caminho da nova
unidade, em cortejo, com os elementos da corporação e das viaturas,
seguiu-se a sessão solene, onde se salientaram as deliberações da
reunião de direcção em atribuir ao Parque de Viaturas das
Ambulâncias o nome de Jorge dos Santos Carvalho, pelo acompanhamento
técnico gratuito das obras do novo quartel e pela dedicação à
corporação. A Sala de Comunicações foi atribuído o nome do
ajudante Carlos Garcia, pela instalação de todo o equipamento da
mesma.
Seguiu-se a atribuição de
condecorações de assiduidade e tempo de serviço. Feita a chamada
dos distinguidos procedeu-se a imposição das condecorações aos
seguintes elementos: medalha de cobre com cinco anos de assiduidade:
António Augusto Antunes Pinheiro (bombeiro de 2° classe); Eddy Leal
Dias (bombeiro de 2° classe); Nuno Alexandre Castro Domingos
(bombeiro de 2° Classe); Rui Alexandre Rodrigues Petinga (bombeiro
de 2° classe); David José Dias Serafim (bombeiro de 2° classe);
Luís Miguel Silva Nicolau (bombeiro de 3° classe); Manuel José
Santana Rocha (bombeiro de 3° classe); Ricardo António Pinheiro
Lourenço (bombeiro de 3° classe); Sérgio Paulo Sousa Martins
(bombeiro de 3° classe); Nuno Jorge Santana Rocha (bombeiro de 3°
classe) e Evaristo Silva Cavalheiro (secretario da direcção). A
medalha de prata, com 10 anos de assiduidade, foi entregue aos
seguintes bombeiros: Carlos Manuel Costa Resende e Alexandre Miguel
Vicente Barradas, José António Carriço Lopez Rodrigues e Rui Pedro
Leitão Gomes (bombeiros de 1°classe); Paulo Jorge Resende da Costa
e Humberto Jorge Antunes Alexandre (bombeiros de 3°classe); Horácio
Leandro Duarte (vogal da direcção). A medalha de ouro, com 15 anos
de assiduidade, foi atribuída a: José Luís Santos Rodrigues
(ajudante capelão); António Agostinho Godinho Coelho e Silva
(ajudante médico); António Manuel Sousinha Brás (subchefe);
Joaquim Livio Franco Nobre (bombeiro de 3° classe) e Júlio Alberto
São Bento Correia (presidente da direcção). Por último, foi
atribuída a medalha de ouro, com 20 anos de assiduidade, a: Carlos
Alberto Remigio Garcia (ajudante de comando); Remigio Manuel Codinha
Santos (bombeiro de 3° classe) e Pedro Manuel Trindade Pinto Gomes
(Motorista auxiliar).
Foi a partir desta sessão solene que
muitos elementos presentes tiveram conhecimento a titulo oficial
daquilo que já algum tempo era conversa de caserna, a passagem do
comandante Jacinto Teodósio Pedrosa ao Quadro Honorário. Os rumores
concretizaram-se, ficando toda a unidade mais pobre com a saída
daquela tão responsável personalidade, que tanto deu em prol do bem
comum.
Na despedida das suas funções, o
comandante Jacinto Pedrosa deixou bem claro um aviso, afirmando que
enquanto viver e os bombeiros precisarem, estará sempre presente e
ao seu serviço.
Apesar de ter passado ao Quadro
Honorário, enquanto desempenhar as funções nos órgãos dos
bombeiros, lutará sempre, como até a data, não deixando dizimar
nem amachucar o associativismo e o voluntariado desta instituição
que tão bons serviços têm prestado à região e ao país.
No fim deste acto, foi transmitida a
deliberação da Liga dos Bombeiros Portugueses que, por
reconhecimento dos serviços prestados, mesmo após a sua passagem ao
Quadro Honorário, foi aprovada a atribuição do crachá de ouro ao
ajudante de comando do Quadro Honorário, Joaquim Rogério, com uma
grande ovação da assistência.
Havia agora que preencher aquele alto
cargo da corporação. Pouco tempo depois, a ABVP congratulou-se com
o novo elemento, Carlos Alberto Remigio Garcia, ajudante de comando,
ao preencher o lugar vago do comandante daquela corporação, deixado
pelo anterior, por motivos de doença, actividade que já vinha a
exercer interinamente há já alguns meses, mostrando bem os seus
vastos conhecimentos em especial no que respeita a casos de
incêndios.
Ainda em 1999, também Peniche foi
palco de uma concentração de bombeiros a nível nacional no dia 21
de Novembro, facto que honrou todos os responsáveis da instituição
e penicheiros em geral. Tratou-se do IX Encontro Nacional dos
Bombeiros do Quadro Honorário, encontro onde estiveram presentes
cerca de 950 bombeiros de todo o pais, com três centenas de
acompanhantes, aproximadamente, incluindo motoristas, convidados e
elementos deste corpo de bombeiros, membros dos órgãos sociais,
cujo número ascendeu a 1.400 participantes nesta festividade, que
decorreu com dignidade e disciplina. Os participantes representaram
15 federações distritais do território continental, não tendo
participado apenas as federações de Faro, Viana do Castelo e Vila
Real. O convívio decorreu em ambiente de animação e amizade entre
todos.
Antes de encerrar esta década, de 1990
a 1999, com todo o seu trajecto das mais diversas ocorrências
passadas durante aquele espaço de tempo, há que lamentar a perda de
alguns elementos que serviram as mais diversas atribuições desta
instituição "Do Bem Fazer”, bem como outros estranhos ao corpo dos bombeiros, que de qualquer modo deram a sua contribuição. Assim, durante este período, partiu Eduardo José da Silva Gomes, bombeiro de 3°classe. Este soldado da paz quis antecipar a morte pelas suas próprias mãos a 1 de Janeiro de 1994, aos 21 anos, fazendo parte daquela corporação desde 12 de Julho de 1988. O seu corpo ficou em câmara ardente no salão do quartel da associação, tendo sido ali celebrada missa no dia 3, pelo ajudante de comando, Pe. José Luís Guerreiro. Foi prestada guarda de honra no quartel até a saída do corpo do malogrado bombeiro, para o Cemitério Municipal de Santana, onde foi sepultado em talhão privado dos Soldados da Paz. A corporação dos BVP viu ainda partir o subchefe António Filipe Neves, incorporado a 11 de Outubro de 1943, tendo falecido a 30 de Junho de 1994; chefe José Alexandre, incorporado a 10 de Novembro de 1956, falecido a 9 de Janeiro de 1995; director Nelson Rocha, entre 1974 e 1995, falecido a 21 de Junho de 1995. Todos jazem no talhão dos BVP no Cemitério de Santana. Em 1996, a bombeira de 3° classe, Amélia Maria Ferreira Alexandre, que pertenceu :1 Secção de Serra de El-Rei, viria a falecer, no dia 26 de Agosto, no Hospital de Santa Maria em Lisboa, na sequência de um trágico acidente, ocorrido no dia 24, pelas 12h00, na Estrada Municipal que liga o lugar de Serra de El-Rei ao de Casais de Mestre Mendo, na primeira curva no sentido Sul/Norte, quando ia combater um incêndio naquelas imediações. A falecida foi transladada do hospital para o quartel de Serra de El-Rei, onde foram celebradas as exéquias por sua alma. Seguiu para o Cemitério Municipal de Santana, em Peniche, onde foi inumada no talhão privado dos BVP. Não vou esquecer nesta mesma década, mais propriamente a 4 de Maio de 1994, o falecimento, na Austrália, para onde tinha emigrado, do grande benemérito que não esqueceu aquela instituição humanitária, José António da Lídia Belo, trasladado para o Cemitério Municipal de Santana, onde foi inumado a 15 de Maio de 1994.
Sem comentários:
Enviar um comentário