Artigo: Fernando Engenheiro
Em continuação de trabalhos de
anteriores direcções, agora com novos elementos empossados no
principio de 1990, não parou a ABVP desenvolver todo um programa de
revitalização desta prestigiosa e humanitária associação, de
forma a elevar ainda mais o seu património e, também, para que
todos os penichenses se sentissem mais protegidos e orgulhosos dos
seus bombeiros. Nesta perspectiva esteve toda a direcção da
associação, numa visita a uma sessão de trabalho da (Câmara
Municipal de Peniche, sendo recebida pelo presidente Augusto Tavares
Barradas e todo o elenco da vereação. Fez a apresentação da
comitiva dos Bombeiros Voluntários de Peniche o presidente da
Assembleia Geral, Francisco Mamede Cardoso júnior, tecendo na altura
o trabalho desenvolvido pelos nossos bombeiros e seus directores.
Seguidamente, o presidente da ABVP, Júlio Alberto São Bento
Correia, deu a conhecer em pormenor a intenção, já em andamento;
da construção do novo quartel.
Na reunião camarária de 8 de Maio de
1990 estiveram presentes todos os representantes recentemente eleitos da Associação
dos Bombeiros. O presidente da direcção, Júlio Alberto São Bento Correia, referiu-se ao novo
Quartel dos Bombeiros, informando a edilidade de que a elaboração do projecto havia sido
confiada a uma equipa de arquitectos, encontrando-se já concluído
o estudo preliminar. Disse tratar-se de um quartel do tipo C,
comparada do tipo D, dimensionados para o serviço de áreas com 80
mil habitantes, e que ia ser dotado com um heliporto.
Como o terreno destinado a implantação
do edifício já tinha sido escolhido, a Câmara, na mesma reunião,
concedeu autorização para a colocação de uma placa informando o
publico das novas instalações. Na sequência do já deliberado
sobre o assunto, em reunião camarária de 26 de Junho de 1990, foi
aprovada a localização do novo quartel dos Bombeiros Voluntários
de Peniche, na Prageira, no gaveto formado pela Avenida do Porto
de Pesca e pela Rua da Ponte Velha, a nascente desta.
Aproximava-se o dia 16 de Junho de
1990. As comemorações do 61° da associação prolongaram-se para o
dia seguinte, tendo começado por um simulacro de acidente de viação
junto ao Mercado Municipal, em que foram envolvidos uma viatura
pesada carregada de combustível e um auto ligeiro, além de outros
veículos. Tudo isto, afinal, serviu para testar o material existente
e igualmente poder-se avaliar a
capacidade dos nossos bombeiros no terreno. No dia que se seguiu,
houve o habitual toque de sirene, seguindo-se uma romagem ao
Cemitério Municipal de Santana, tendo sido colocada uma coroa de
flores no talhão reservado aos nossos bombeiros falecidos. Entre
outras solenidades, destaco o momento mais alto (se tomarmos em
consideração o habitual ponto alto as condecorações individuais,
que neste ano não houve) que tocou muito profundamente todos os
presentes: foi o descerramento duma lápide no então quartel, pela
esposa do chefe Elísio Carriço, enaltecendo o altruísmo e a
disponibilidade das esposas e mães dos nossos bombeiros. No mesmo
dia, após a missa celebrada pelo capelão, da corporação, Pe. José
Luís Guerreiro, foram benzidas duas viaturas. Uma ambulância foi
apadrinhada por Armando Faria da Silva Fadinga, na época primeiro
secretário da Assembleia Geral daquela instituição, e uma viatura
de fogo pelo capelão da corporação, Pe. José Luís Guerreiro.
ANO DE 1991
Mais um ano passado e mais um
aniversário que se comemorou, o 62°. A efeméride assinalou-se no
dia próprio, 16 de Junho de 1991, que teve o seu vasto relevo nas
mais diversas cerimónias
costumadas. Nos momentos mais solenes da Eucaristia, era de notar a
colaboração da Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Peniche. Logo
a seguir e nas escadarias da Igreja Paroquial de São Pedro,
assistiu-se a bênção de mais três novas viaturas, tendo
apadrinhado o acto o presidente da Câmara Municipal, João Augusto
Tavares Barradas, o deputado distrital Reinaldo Alberto Ramos Gomes e
o ajudante do Quadro Honorário Joaquim Rogério. De destacar que uma
das viaturas, um carro auto, para serviço do comando, foi oferecida
por um nosso emigrante, e filho desta terra, que durante longos anos
esteve fixado na Austrália, mas nunca esqueceu os "seus
bombeiros Refiro-me a José António da Lidia Belo que já há alguns
anos deixou de fazer parte do mundo dos vivos.
Na sessão solene procedeu-se
distribuição das seguintes medalhas, por assiduidade, aos Soldados
da Paz: Medalha de Ouro (15 anos): 1°. comandante Jacinto Teodósio
Ribeiro Pedrosa; Bombeiro 3° classe do Quadro Auxiliar, Joaquim
Duarte Marçal e 2°secretário da direcção, Nelson Rocha. Medalha
de Prata (10 anos): Bombeiro 1° classe Carlos Manuel Vagos Ferreira;
Bombeiro 3° classe, Carlos Manuel Silva Duarte; presidente da
Assembleia Geral, Joaquim Mamede Cardoso Júnior; 1° secretário da Assembleia Geral,
Armando Faria Silva Fadinga; presidente do Conselho Fiscal, Joaquim
Vitorino Pedrosa; secretário do Conselho Fiscal, António Vicente
Leitão e relator do Conselho Fiscal, Jacinto Francisco Alfaiate.
Medalha de Bronze (5 anos): ajudante do Comando Médico, António
Godinho Coelho e Silva; presidente da direcção, Júlio Alberto São
Bento Correia e vice-presidente da direcção, Paulo Conceição
Delgado Marques.
Aguardava-se, a todo o instante, um dos
momentos altos desta cerimonia a apresentação oficial do
anteprojecto das novas instalações a construir. Tudo se conjugava,
pois, para que dentro em breve se tornasse realidade o arranque da
obra, que muito vinha contribuir na sua valorização a Peniche e
também vinha dar aos BVP o prémio da sua tenacidade, dando-lhes
ainda maior espaço e formas de se poderem desenvolver cada vez mais
e melhor. Todo o projecto, muito bem concebido e com vasta área, foi considerado pelos
entendidos, para a época, como uma das melhores obras ao nível de
quartéis realizados em Portugal.
Dias depois, a Câmara Municipal, que
assumiu responsabilidades na feitura da sua construção, recebeu uma
carta da ABVP que foi presente em reunião camarária de 2 de Julho
de 1991, cujo despacho foi o seguinte: “Carta, com o numero 319/91
de 27 de Junho, da Associação dos Bombeiros Voluntários de
Peniche, solicitando a concessão de subsidio para pagamento da
primeira prestação dos honorários da
elaboração do programa-base e estudo prévio do projecto da
construção do seu novo quartel, no montante de esc.: 2.000.000$00
(dois milhões de escudos). Deliberado conceder um subsidio daquele
valor, a pagar logo que haja disponibilidades financeiras."
ANO DE 1992
Os BVP festejaram os 63 anos de
existência. Foi a um domingo o dia 21 de Junho que assistimos ao
aniversário com demonstrações de perícia, num simulacro efectuado
num prédio na época com obras 'junto ao Mercado Municipal, na Rua
António da Conceição Bento, tornejando para a Rua Ramiro ‘de
Matos Bilhau, que pertenceu aos herdeiros de Domingos Paulino.
Continuou-se no dia seguinte com o programa comemorativo, onde
estiveram presentes, entre muitas entidades, o governador civil do
distrito de Leiria. Depois do hastear da bandeira, perante a
formatura, seguiu o desfile em romagem ao cemitério, como de
costume, onde foram lembrados todos aqueles que nos deixaram com a
dedicação é causa humanitária do voluntário.
Houve missa na Igreja de São Pedro,
celebrada pelo ajudante do Comando, Pe. José Luís Guerreiro, que
durante o acto, na sua homilia, teve mais uma vez palavras de louvor
e gratidão para com o corpo de bombeiros, directores e comando, pela
sua entrega e exemplo de solidariedade humana.
No quartel procedeu-se a uma sessão
solene onde se fez a entrega de medalhas, capacetes e machados, aos
bombeiros e outras pessoas ligadas à causa. Após um almoço de
confraternização no salão de festas do quartel,
assistiu-se a um desfile até ao terreno onde alguns anos depois se
edificou o novo quartel. As houve exercícios pela escola de cadetes
e aspirantes de 1991, com grande assistência. Como sempre, e mesmo
pelo grave acidente sofrido, ainda havia pouco tempo, durante o
incêndio no edifício ‘Cinemar' nas imediações do Mercado
Municipal, esteve presente o comandante da corporação, Jacinto
Pedrosa, pessoa a quem a população de Peniche sempre honrou nas
suas justas homenagens pela sua dedicação incontestável à causa
dos nossos Bombeiros e dos Bombeiros de Portugal.
ANO DE 1993
A Câmara Municipal de Peniche, em
reunião ordinária do dia 23 de Março de 1993, deliberou atribuir a
Joaquim Barradas Leitão, que a 8 de Março passou ao Quadro
Honorário do Corpo de Bombeiros Voluntários de Peniche, a medalha
de prata de Mérito Municipal de Benemerência. Tendo pertencido
durante vários anos aos corpos gerentes da ABVP, Joaquim Leitão
exerceu de 16 de Junho de 1971 a 19 de Dezembro de 1980, as funções
de ajudante do Comando do Corpo Activo dos BVP, passando, a partir
desta última data, a desempenhar o cargo de 2°. comandante, cujo
exercício deixou ao passar ao Quadro Honorário. Os méritos da
actuação deste munícipe na benemérita instituição que serviu
activamente durante mais de duas década, foram objecto de reconhecimento. por parte da Liga dos
Bombeiros Portugueses, que lhe atribuiu as medalhas de cobre (1979),
de prata (1984) e, de ouro (1987), tendo sido galardoado, também,
com a medalha de ouro de serviços distintos em 1986.
Aproximaram-se as comemorações
sagradas para os BVP, o dia do seu aniversário, que passou a contar
com 64 anos de existência. Embora a efeméride tivesse o seu dia a
16 de Junho, mas por ser no meio da semana, foi transferido para o
fim-de-semana, dia 20. Depois do hastear das bandeiras perante a
formatura geral, as 8h30, como é tradicional, foi feita a romagem ao
Cemitério Municipal de Santana, acto muito’ sentido por todos os
participantes que se uniram junto ao Talhão dos Bombeiros a recordar os bombeiros e
directores falecidos, onde foi colocada uma coroa de flores, perante a formatura, da qual fazia
parte a fanfarra da corporação.
Na volta aquele tão solene acto, não
menos importante foi as cerimónias religiosas com a celebração da Eucaristia na Igreja de
São Pedro, por intenção dos falecidos ligados a corporação, assinalando em simultâneo, de forma
indelével, um ponto alto da efeméride. Foi celebrante o Pe. José Luís Guerreiro capelão desta
corporação e ajudante do Comando, no decorrer da cerimónia daquele piedoso acto litúrgico, na
homilia que aquele reverendo usou da palavra, em que se referiu com particular relevo aos
bombeiros que defendem com abnegação uma causa tão sublime, que a todos nós,
cidadãos, diz respeito. Após a cerimónia no adro da igreja, o
citado sacerdote procedeu a bênção de uma nova
viatura.
Já no decorrer da sessão solene que
teve inicio as 12h00 na sede dos BVP, com a imposição de medalhas
de 5, 10 e 15 anos de serviço, as quais foram colocadas pelas
entidades presentes e outros elementos da associação e corpo de
bombeiros. A culminar a aludida sessão solene houve uma série de
discursos, tendo a sessão sido encerrada pelo presidente da
Assembleia Geral.
Usaram da palavra distintos oradores,
em que todos realçaram efusivamente a actuação do homem bombeiro e
dos elevados serviços que presta a nossa sociedade, a qual são
imprescindíveis.
No decorrer deste ano que os BVP foram
distinguidos com a honrosa visita de uma delegação representativa
dos bombeiros militares brasileiros. Foi a 9 de Outubro de 1993 que
Peniche viveu mais um dia a registar na sua
história, ao ser escolhido para receber um corpo de 26 bombeiros
constituído, por oficiais superiores brasileiros, comandados pelo
coronel-bombeiro militar José Guilherme de Morais Neto,
representando sete estados do Brasil, com sede no Estado do Rio de
Janeiro. Dignaram-se acompanhar esta comitiva o secretário de Estado
da Administração Interna, com o seu chefe de gabinete, bem como o
governador civil do distrito de Leiria e as mais diversas entidades oficiais com ligação
directa aos bombeiros portugueses, Autoridades Civis e Militares
representantes do nosso concelho. Este acontecimento constituiu
motivo de orgulho para todos os penichenses, dado que a cidade
de Peniche foi eleita pelo Serviço‘ Nacional de Bombeiros para
receber tão ilustres visitantes.
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